MUTIRÃO MÉDICO

14/11/2015 19:09

Mutirão médico faz 700 atendimentos em pacientes de doença rara de pele

Foram realizados exames e pequenas cirurgias no povoado de Araras, GO.
Com xeroderma pigmentoso, eles são mais suscetíveis ao câncer de pele.

 

Do G1 GO, com informações do Fantástico

 
 
 
 

Um mutirão realizado neste final de semana no povoado de Araras, que fica a 40 km de Faina, na região noroeste de Goiás, realizou mais de 700 atendimentos médicos em pacientes com xeroderma pigmentoso. A doença rara eleva em até mil vezes o risco do portador em ter câncer de pele.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a localidade possui o maior taxa de incidência no mundo, sendo 1 para cada 40 habitantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, essa taxa é de um caso para cada 1 milhão de habitantes. A doença não tem cura e após passarem por várias operações, os pacientes tiveram seus rostos mutilados, sendo obrigados a usar próteses rudimentares.

Vários moradores passaram por exames capazes de identificar possíveis lesões na pele. Outros chegaram a ser submetidos à pequenas cirurgias, caso, por exemplo do lavrador João Gonçalves da Silva, de 83 anos. "Estou animado. A verruguinha que esgotava demais já foi cortada", diz.

Durante o mutirão, também foi criado um grupo médico de apoio permanente para tratar os pacientes. Saliva foi coletada para pesquisas genéticas. O motivo para a incidência tão alta é o grande número de casamentos consanguíneos, ou seja, entre parentes, que fazem com que o gene defeituoso hereditário seja transmitido.

"Aqui eles casam muito primo com primo, aumentando a chance da doença aparecer nos filhos. Nós não vamos impedir o amor entre eles, mas nós vamos dar um aconselhamento genético", explica o presidente da SBD, Gabriel Gontijo.